A minha primeira publicação de 2019....Viva o novo ano que começou!
Deveria ser este o sentimento de alegria a residir dentro de
mim mas em vez disso estou a passar por uma fase mais negra da minha vida. Não
sei se foi por ter feito 40 anos e ter começado a ver-me a envelhecer, não sei
se já desaprendi de me perdoar por erros que cometo. Na verdade 2018 quebrou-me
em vários sentidos e deixou-me espiritualmente e mentalmente de rastos.
Posso dizer que sou uma afortunada, um marido maravilhoso
que muitas vezes peso em tom de brincadeira, que fez ele noutra encarnação para
me aturar. Financeiramente não sou rica, sou classe média como diz a minha
filha mais nova somos médios. Trabalho no que gosto, tenho pouco, cada vez
menos, amigos mas os que tenho sei que dariam um braço por mim. Por isso
poderia dizer que a minha vida é quase um mar de rosas, só que não!
Não entendo o vazio, a dor, a tristeza constante que sinto,
a decepção e falta de credibilidade nos seres humanos, acho que até deixei de
gostar de mim como gostava. Deixei de gostar de festas e barulhos e neste momento
só quero o sossego do meu lar, uma boa manta no sofá e um chá quente
acompanhado de um bom filme.
Se estivesse a ler isto há uns anos estaria a dizer: - Paula
Lima estás aqui estás a levar um par de quatros estalos, "bora lá"
beber uns gins que isso passa! Depressão é ter contas para pagar e não ter o
que comer, isso sim.
Para quem ainda está a ler este testamento já se apercebeu
que estou a passar por uma crise de depressão! Sim não me auto diagnostiquei
fiz questão de ir ao médico quando comecei a sentir o coração a apertar, como
se de repente todos os medos do mundo vivessem dentro de mim. E sim estou
medicada, porque apesar de ser uma mulher de carne e osso, sempre vivi como se
fosse feita de ferro. Mas mesmo o ferro muitas vezes enferruja e corroí por
dentro.
Este desabafo não é para terem pena, odeio esse tipo de
sentimento, este testamento é uma espécie de perdão pessoal por todas as vezes
que ouvia falar de depressão e gracejava com a ideia, dizia nada que umas
compras e umas jantaradas não resolvam. É um perdão interior por não ter tido
compaixão e menosprezado a situação e o problema de quem já passou por isso.
É um não vou ceder à desesperança, é um vou lutar todos os
dias nem que seja de lágrima de rosto e punho cerrados. Chorar faz-me bem,
alivia, é tipo depois da tempestade aparecem os raios de sol. É complicado quem está à nossa volta não sabe
como nos ajudar e logo eu que não gosto de mostrar fraquezas.
Mas fiz questão de escrever isto para mim, para que daqui a
um ano diga, superaste, estás aqui bem, já sem a tiróide, mais velha um ano, resmungona
e com a mania de seres erudita, mas feliz. Aquela felicidade de humor negro que
faz parte de ti e tão bem te caracteriza…
A quem me leu e entendeu obrigada, a quem já passou por isto,
conselhos são sempre bons e a quem está a passar pelo mesmo que eu , lamento
tanto, mas força! Lembrem-se não há mal
que perdure e não falta terra segura para nos agarramos, basta ver com atenção.
E apesar de também estar a precisar de ser remendada há sempre um tempinho na
minha vida para ler ou ouvir alguém.
Eu vou conseguir…
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